Furacão

Quando vem o furacão, sai derrubando, levando tudo. A gente fica de longe olhando os escombros e vê que nada restou, nada sobrou. E é impossível tentar reconstruir alguma coisa ali, naquele terreno.
Você vai precisar de tempo, muito tempo pra levantar. Mas enquanto você está lá olhando os destroços, vem as lembranças, tudo o que você viveu ali, naquele terreno que até ontem era florido e iluminado, e agora está escuro e frio.
Enquanto você estiver lá olhando vai ouvir várias frases feitas. Vão dizer que você vai conseguir, que vai encontrar outro terreno bem mais fértil e próspero, vai construir sua casa novamente. Mas você sabe disso, sua casa já foi derrubada outras vezes e você sabe que vai construir outra casa melhor, com o piso bem mais sólido. Mas nada disso importa agora. Agora você só quer lembrar tudo o que viveu ali, todos os planos feitos, todos os sonhos que nem chegaram a se realizar.
Agora você só quer chorar!
O tempo vai fazer a dor passar e você sabe, mas até lá vai doer muito.É uma dor enorme que você não sabe se é física, um vazio que você não consegue explicar.
Pode demorar para você se levantar, mas o tempo não importa uma hora toda a dor vai passar, você vai levantar e ser feliz novamente, em outro lugar.
Maria Rodrigues
08/05/2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O tempo.

O tempo vai passando e a gente nem percebi, nem vê.
Hoje já tenho 24 anos e nem vi tanto tempo passar, não lembro de todos esses 8.760 dias, foi como se eu estivesse dormindo em um dia e acordado hoje, aos 24 anos, e nem posso dizer que isso é crise de aniversário porque na verdade meu aniversário já passou tem alguns meses, e posso dizer que foi o melhor aniversário de toda a minha vida.
Não é crise de aniversário e nem sei se chega a ser uma crise. Hoje quando olhei no espelho sinceramente, não me reconheci, não reconheço este rosto, nem esse corpo, nem essas mãos; essas pequenas ruguinhas ao redor dos lábios são novas para mim, eu não as tinha ontem.
Não são apenas as rugas, sou eu, quem eu sou hoje, eu não me reconheço mais, não sei quem sou e nem para onde quero ir.
Minhas lembranças são todas da minha adolescência. Lembro uma vez no Outono, sei que em Belém não temos as estações bem definidas, mais era Outono, eu estava sentada em um banco na praça com uma amiga antiga e bem em cima de nós caia flores amarelas, só em cima de nós, dias depois ficamos sabendo que havia sido um fenômeno a parte, que nunca havia acontecido e provavelmente nunca mais aconteceria de novo.
Hoje tenho 24 anos e não sei mais quem sou, não reconheço esse rosto triste e envelhecido que tenho visto no espelho, não sei de quem são essas mãos tão enrugadas. O tempo já chegou em mime tem deixado marcas, não apenas físicas, ele tem deixado marcas no meu espírito, na minha mente e principalmente na minha personalidade.
Sou uma mulher forte, decidida e determinada e agora já sei quem sou e o que eu quero, só que agora não sou mais tão intensa e nem tão apaixonada por nada e nem por ninguém. O tempo me fez aprender a ponderar e esperar pelo que eu quero, me ensinou que a vida é mais calma e tranquila.
Maria Rodrigues.
27/09/2010.

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