Furacão

Quando vem o furacão, sai derrubando, levando tudo. A gente fica de longe olhando os escombros e vê que nada restou, nada sobrou. E é impossível tentar reconstruir alguma coisa ali, naquele terreno.
Você vai precisar de tempo, muito tempo pra levantar. Mas enquanto você está lá olhando os destroços, vem as lembranças, tudo o que você viveu ali, naquele terreno que até ontem era florido e iluminado, e agora está escuro e frio.
Enquanto você estiver lá olhando vai ouvir várias frases feitas. Vão dizer que você vai conseguir, que vai encontrar outro terreno bem mais fértil e próspero, vai construir sua casa novamente. Mas você sabe disso, sua casa já foi derrubada outras vezes e você sabe que vai construir outra casa melhor, com o piso bem mais sólido. Mas nada disso importa agora. Agora você só quer lembrar tudo o que viveu ali, todos os planos feitos, todos os sonhos que nem chegaram a se realizar.
Agora você só quer chorar!
O tempo vai fazer a dor passar e você sabe, mas até lá vai doer muito.É uma dor enorme que você não sabe se é física, um vazio que você não consegue explicar.
Pode demorar para você se levantar, mas o tempo não importa uma hora toda a dor vai passar, você vai levantar e ser feliz novamente, em outro lugar.
Maria Rodrigues
08/05/2010

domingo, 27 de junho de 2010

Prisioneiros e Liberados.

Paixão e amor são coisas diferentes, apesar do parentesco próximo.
Alguns acreditam que todo amor inicia com uma paixão, outros que as paixões são efémeras e que os amores são para sempre, enfim, há verdades a gosto do freguês.
A minha verdade que não é muito original, é a seguinte:
a maior diferença entre a paixão e o amor é que a paixão escraviza e o amor liberta, o que parece contraditório, pois geralmente nos apaixonamos quando estamos livres e começamos a amar depois de comprometidos.
A paixão escraviza porque te torna refém do telefone, do correio eletrônico e demais sinais sonoros e visuais de reciprocidade.
O amor liberta porque tem certeza do sentimento do outro, e se não tem, ao menos tem certeza do próprio sentimento, e isso faz com que a gente gaste nosso precioso tempo pensando em outras coisas igualmente importantes, como trabalho, viagens, leituras e amigos.
A paixão escraviza porque faz planejar cada frase dita e cada detalhe escolhido.
O amor liberta porque está dominado.
Não precisa forjar as provas da sua existência.
Não corre o risco de terminar apenas porque ela está acima do peso ou ele está com a camisa furada.
O amor acontece por dentro.
A paixão escraviza porque corre contra o relógio: a qualquer momento o(a) outro(a) pode descobrir que não somos tão legais assim e tirar o time.
O amor liberta porque ultrapassou o tempo do "qual é o seu ascendente?" e tem o tempo inteiro do mundo para gastar com parceria, trocas profundas de idéias e carinhos, e muito silêncio compartilhado sem cobrança..
A paixão escraviza porque a concorrência é acirrada: toda a torcida do Flamengo quer se apaixonar e o prazo se esgota no domingo.
O amor liberta porque é raro, exige intimidades maiores que ficar juntos por apenas uma festa, exige cumplicidade e dedicação, e como nem todos estão a fim deste esforço, passam rápido por aquele(a) que poderia ser o amor eterno deles(as), mas que é todo seu.
Autor desconhecido.

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