Furacão

Quando vem o furacão, sai derrubando, levando tudo. A gente fica de longe olhando os escombros e vê que nada restou, nada sobrou. E é impossível tentar reconstruir alguma coisa ali, naquele terreno.
Você vai precisar de tempo, muito tempo pra levantar. Mas enquanto você está lá olhando os destroços, vem as lembranças, tudo o que você viveu ali, naquele terreno que até ontem era florido e iluminado, e agora está escuro e frio.
Enquanto você estiver lá olhando vai ouvir várias frases feitas. Vão dizer que você vai conseguir, que vai encontrar outro terreno bem mais fértil e próspero, vai construir sua casa novamente. Mas você sabe disso, sua casa já foi derrubada outras vezes e você sabe que vai construir outra casa melhor, com o piso bem mais sólido. Mas nada disso importa agora. Agora você só quer lembrar tudo o que viveu ali, todos os planos feitos, todos os sonhos que nem chegaram a se realizar.
Agora você só quer chorar!
O tempo vai fazer a dor passar e você sabe, mas até lá vai doer muito.É uma dor enorme que você não sabe se é física, um vazio que você não consegue explicar.
Pode demorar para você se levantar, mas o tempo não importa uma hora toda a dor vai passar, você vai levantar e ser feliz novamente, em outro lugar.
Maria Rodrigues
08/05/2010

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Saudades do que senti.

Eu tentei me retirar do mundo, saí, deixei tudo para trás, mas isso não foi o suficiente, pensei nele todo o tempo. Mesmo sem ver, sem receber notícias, sem falar ou nem ao menos lembrar, não lembrei, mas também não esqueci. Todos os lugares para onde olhei, tudo o que eu vi, todos os que eu conheci, ele sempre estava lá, em tudo havia alguma coisa dele, no início não percebi, sabia que sentia falta de algo ou de alguém, mas era normal, lugar novo, longe da família, dos amigos, da minha cama, a saudade era dele, do cheiro dele, do jeito de falar, de andar, de dormir. Gostava de vê-lo dormir, parecia uma criança quando dormia, tão tranqüilo. Ele me acompanhou aqui o tempo todo e eu nem percebi, nem vi, mas ouvia sua voz nos meus ouvidos me dizendo o que fazer, me dando a força que eu tanto precisei enquanto estive aqui. Sinto a falta dele e isso é fato, o tempo passou, as coisas mudaram e mesmo sentindo tanto, não o quero mais, mas também não quero esquecê-lo, foi bom amá-lo, tê-lo, ele foi meu amor mais amigo, mais amante, mais marido.
Hoje já não sei se sinto saudades dele ou do amor que senti, saudade de sentir de novo aquela paixão, igual ou melhor, isso talvez eu nunca saiba, porque para saber precisaria tocá-lo novamente, olhá-lo nos olhos, sentir sua pele e sua respiração. E não posso me arriscar a chegar tão perto dele novamente.

Maria Rodrigues.
06/02/2011

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